terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pernambuco quer avançar em relação a investimentos em energia eólica


Pernambuco está no centro do debate em torno da energia eólica no Brasil. Apesar de poucos projetos implantados, o estado se mostra com um grande potencial. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), além de uma característica natural que possibilita a exploração, Pernambuco está consolidando uma infraestrutura que atrai a indústria de produção de bens de capital e possui referência tecnológica para avançar na pesquisa. O governo do estado promete investimentos na área nos próximos anos.

A presidente da ABEEólica, Elbia Melo, está no Recife nesta segunda-feira (6) para cumprir agenda de discussão em torno do tema na cidade. “Nosso trabalho é justamente na formulação da rede de pesquisa. Estamos mapeando as instituições nos estados que estão fazendo pesquisas, estudos e desenvolvimento em energia eólica, e também buscando treinamento na mão de obra, porque essa indústria exige especialização”, comentou.

Em Pernambuco, a área que possui mais potencial de exploração dos ventos é o interior. A expectativa é de que, com investimentos, a realidade social da região se modifique. “O vento, antes não explorado, é predominante em regiões de semiárido e agreste, onde não há atividade econômica do tipo agropecuária ou agroindústria. Na medida em que os ventos começam a ser explorados, mudam a cara econômica da região e começa a levar desenvolvimento econômico”, disse Elbia Melo.

A energia eólica é considerada a que tem menor impacto ambiental, só causado durante a instalação dos equipamentos, com abertura de estradas por exemplo. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco destaca que o estado terá, em breve, um parque eólico que produzirá todos os equipamentos necessários para o crescimento da exploração da energia eólica.

O secretário Geraldo Júlio ressalta que o estado está se organizando para conseguir investimentos na área. “A mão de obra está sendo formada. Nós seremos o primeiro estado brasileiro a ter os quatro principais equipamentos para produção eólica, a torre, o flange, o aerogerador e a pá. E isso é muito importante, porque o potencial brasileiro só tem 1% de geração. Estamos prontos para produzir equipamentos para todo o país”, disse.

Entre os investimentos em andamento em Pernambuco, está a implantação de uma fábrica para a produção de pás, que irá gerar 1,5 mil empregos. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico informou também que um estudo foi solicitado, junto a Eletrobrás, para o desenvolvimento de pesquisas mais detalhadas, para conhecer o potencial eólico do estado. Antes, eram estudadas e implantadas torres em até 50 metros de altura, que estão instaladas, por exemplo, no Ceará e Rio Grande do Norte. Agora, o alcance deve chegar a 250 metros de altura.

“Conhecendo o potencial do vento, a gente vai poder fazer investimentos. Dependemos também do planejamento energético feito pelo Governo Federal. A partir do estudo, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) faz os investimentos. Além da fabricação de equipamentos, temos um potencial muito grande de gerar energia”, concluiu o secretário. No ano de 2012, a Aneel voltará a fazer leilões para a implantação de parques eólicos em todo país, e a previsão do governo é o que o estudo consiga recursos para investimentos na área.

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