(Foto de Garanhuns: José Oscar Vicente, motorista).
Paulo Camelo critica muito o que chama de “Legião Estrangeira”, grupo de forasteiros que a seu ver querem tomar conta de Garanhuns. O engenheiro pode até exagerar, às vezes, ou então falta definir quem é realmente estranho ao município no processo político. Mas que tem razão em muitos aspectos do debate, cada dia isso fica mais claro. Senão vejamos: pessoas que não moram na cidade, que não conhecem seus bairros, sua ruas, sua história e principalmente sua gente, têm sido citadas como possíveis candidatos à sucessão municipal em 2012. Alguns nasceram em cidades vizinhas, se radicaram na Suíça Pernambucana e aqui realizam o seu trabalho, seja na política, na educação ou em alguma outra área. Outros nem isso.
Fiquemos nos dois casos mais gritantes. Leonardo Dias, segundo uma nota publicada no Jornal do Commercio do domingo, estaria transferindo seu domicílio eleitoral para Garanhuns. Já Inaldo Sampaio, que é um jornalista sério e bem informado, escreveu no seu blog que o prefeito de Lajedo, Antônio João Dourado, poderá ser a solução do PDT na disputa pela prefeitura local.
Com todo respeito pelo deputado do PSB e pelo prefeito de Lajedo que cacife têm eles dois de disputar a prefeitura de Garanhuns, deixando de fora nomes de garanhuenses da gema ou moradores da cidade envolvidos com nossos problemas há décadas e que lutam para que o município cresça?
Leonardo se criou na capital, distante até das suas origens, que estão em Correntes, e se obteve mais de quatro mil votos aqui, na última eleição, foi por conta de ser filho de Romário Dias, do poder econômico e de um grupo forte local que lhe deu sustentação. Daí já querer ser prefeito, não vejo muito sentido, se olharmos a questão do ponto de vista de quem está imerso na vida garanhuense 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Antônio João é um excelente quadro político que já provou sua competência exercendo cargos de primeiro escalão no Estado e teve dois bons mandatos como prefeito de Lajedo. Nessa terceira vez que ocupa o cargo, não sei se é porque perdeu a tesão de trabalhar no interior, está deixando a desejar.
Outros poderiam entrar nesta análise – o próprio Zé da Luz, que fez sua vida política em Caetés, Pedro Falcão, natural de São João ou Paulo Lins de Itaíba – sem que nada de pessoal se levante contra nenhum deles. Evitemos nos alongar.
Basta defender que está na hora de Garanhuns pensar em mudanças. Estas podem ser feitas por pessoas que conhecem esta terra, vivem esta cidade, amam a sua gente e terão capacidade de despertar a esperança, unir os sentimentos, despertar credibilidade e quem sabe – é preciso sonhar – amanhã administrar o município com honestidade e competência.
